[Este é um extracto, traduzido grosseiramente, de uma série de artigos em português sobre Macau durante a Segunda Guerra Mundial, escritos aparentemente pelo P. Manuel Teixeira no início dos anos 80.]
O estendal de miséria de milhares de mendigos, que jaziam nas vias públicas à espera da morte, causava dó e repugnância. O Comissariado da Policia, tendo à sua frente um homem de bem e cheio de dinamismo - o Ten. Madureira Proença - procurou solucionar o problema, limpando as ruas de mendigos e vadios, de doentes e crianças. Para isso criou uma rede de obras de assistência digna de todo o encómio, das quais citamos as principais.
1. Asilo das Crianças Abandonadas, primeiro na Travessa dos Anjos e depois numa propriedade de Fong Yong. A Polícia recolheu ali 550 crianças que confiou às Religiosas de Maryknoll. Abriu-se uma escola, uma oficina de sapataria, um parque e terrenos de cultura.
2. Refúgio dos Mendigos, primeiro num pardieiro da Ilha Verde, depois na antiga fábrica de panchões "Him H'in", com terrenos de cultura onde todos trabalhavam, excepto as mulheres e as crianças; essas terras assim aproveitadas forneciam hortaliça para o Refúgio. Os homens trabalhavam não só nesse recinto, mas fora, pois a Polícia procurava-lhes colocação em vários serviços. Abriu-se uma escola para crianças, de que eram professores os antigos mendigos. Em Abuk de 1943, já havia lá 840 pessoas, sendo 155 homens; 283 mulheres, 213 crianças e 189 detidos.
O Canídromo O recinto para corridas de cães com a sua enorme área deu lugar para lá se montarem escolas para crianças, cubículos, um jardim, criações de galinhas, patos, gansos, porcos, etc. Havia lá 200 pobres internados. Montou-se ainda uma escola gratuita no 2º andar da sede da "Peng Sin Tong".
Por seu turno, a Sta. Casa da Misericórdia abriu uma Cozinha Económica no Albergue das Indigentes.
É claro que acima de todos estava o Governador Gabriel Mauricio Teixeira, que foi o regente de toda esta orquestra de bem-fazer, encontrando em todos óptimos colaboradores.
[This is an extract, roughly translated, from a series of articles in Portuguese about Macau during the Second World War, written apparently by Fr Manuel Teixeira in the early 1980s.]
The spectacle of misery of thousands of beggars, who lay on public roads awaiting death, evoked pity and disgust. The Commissariat of the Police, headed by a man of goodwill and full of energy - Lt Madureira Proença - sought to solve the problem by cleaning the streets of beggars, vagrants, sick people and children. For this, he created a support network worthy of all praise, of which we mention the principal ones.
1. The Shelter for Abandoned Children, first at the Travessa dos Anjos and then at a property in Fong Yong. The police collected 550 children there whom they entrusted to the Maryknoll nuns. A school, a shoe shop, a park and cultural grounds were opened.
2. The Beggar's Refuge, first in a run-down building on Ilha Verde Green Island, then in the old "Him H'in" fire-cracker factory, with a kitchen garden where all men worked to provide vegetables for the Refuge. They worked not only in there but outside, as the police were looking for help in various services. A school for children was opened, in which the former beggars were teachers. In Abuk in 1943, there were already 840 people: 155 men; 283 women, 213 children and 189 detainees.
The Canídromo The enclosure for dog races provided an enormous area for schools for children, cubicles, a garden for raising chickens, ducks, geese, pigs, etc. There were 200 impoverished internees there. A free school was also set up on the 2nd floor of the headquarters of "Peng Sin Tong".
In its turn, the Santa Casa da Misericórdia opened a soup kitchen in the Albergue das Indigentes.
Of course, above all there was Governor Gabriel Mauricio Teixeira, the conductor of the whole of this orchestra of charity, finding in all of them wonderful collaborators.